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O abandono escolar precoce tem sido cada vez mais reconhecido como um dos principais desafios enfrentados pelas sociedades europeias. Para a maioria dos jovens, deixar a educação e formação prematuramente é tanto um resultado de problemas educacionais, psicológicos e sócioeconómicos, como uma causa de insegurança social contínua. Os sistemas de educação e formação europeus perdem centenas de milhares de jovens anualmente, que ficam com défice de competências escolares.
Reduzir o abandono escolar precoce para menos de 10% até 2020 é uma grande aspiração para alcançar uma série de objetivos-chave na estratégia Europa 2020 e um das cinco dimensões de referência do quadro estratégico para a cooperação europeia na educação e formação. As altas taxas de abandono escolar são prejudiciais para o objetivo de fazer da prendizagem ao longo da vida uma realidade e, também, uma restrição ao crescimento inteligente e inclusivo na Europa. Aumentam o risco de desemprego, a pobreza e a exclusão social. O abandono escolar precoce representa um desperdício de oportunidades de potencial social e económico.
Este relatório fornece dados básicos sobre o abandono escolar precoce numa perspetiva comparada entre os os países europeus , descreve os principais fatores que estão na génese do problema, e apresenta exemplos de políticas e medidas para o prevenir ou reduzir. Destaca estratégias contra o abandono escolar que são baseadas em evidência, juntamente com medidas de intervenção e de compensação.
O perfil de abandono escolar precoce varia consideravelmente na UE de acordo com o nível de escolaridade alcançado mais elevado, o estatuto no mercado de trabalho e a sua origem étnica. Além disso, a desconstrução das médias nacionais muitas vezes revela diferenças regionais significativas. Mais de 70% de casos de abandono escolar precoce decorrem até ao final do ensino básico. Um fato muito preocupante é que 18% dos jovens concluiu apenas o 1º ciclo do ensino básico. Essa tendência é especialmente evidente na Bulgária (38%) e Portugal (40%).
Há uma relação óbvia entre estatuto sócioeconómico e o risco de abandono escolar, mas os mecanismos causais que ligam vários tipos de desvantagem ao abandono escolar precoce não são claramente reconhecidos, o fenómeno é resultado da interação entre fatores baseados na relação família/comunidade, escola e sociedade, numa perspetiva sistémica. É um processo e não um evento único, que pode ser melhor prevenido se os primeiros sinais deste processo forem reconhecidos com a devida antecipação e forem tomadas medidas eficazes para ajudar o aluno nessas circunstâncias.
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O documento tem como objetivo ajudar os decisores políticos nos Estados-Membros a compreender o fenómeno do abandono escolar precoce e os fatores que lhe subjazem. Ele fornece um conjunto de ferramentas que ajuda o desenvolvimento de uma política consistente e abrangente para reduzir o abandono escolar precoce.
A abordagem metodológica comparativa europeia que foi adotada é bastante interessante pois permite ter uma visão clara da intensidade de que o problema se reveste em diferentes países, bem como compreender as diversas medidas implementadas para combater ou prevenir o abandono escolar precoce.