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Trata-se de um boletim mensal de distribuição gratuita e disponível online do Centro de Estudos, Documentação e Informação sobre a criança do Instituto de Apoio à Criança (www.iacrianca.pt).
Este boletim fala-nos sobre o Distúrbio Hiperativo e Défice de Atenção (DHDA), igualmente denominado Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), entre outras nomenclaturas, sendo o transtorno com maior impacto ao nível das salas de aula. Este boletim refere que existem três tipos de DHDA sendo que, para além de uma definição precisa acerca desta perturbação este documento refere que, para o seu diagnóstico terá que se verificar a presença persistente e perturbadora de, pelo menos, seis sintomas duma lista de dezoito, metade destes relacionados com problemas de atenção, e a outra metade relacionada com problemas de hiperatividade/impulsividade. Apesar de continuar a ser difícil indicar um fator responsável por esta perturbação, concluiu-se que, provavelmente, as causas que conduzem à DHDA dependem de fatores diversificados relacionados com os domínios familiar, cerebral e genético, sendo difícil determinar, na maior parte dos casos, uma etiologia precisa. O documento refere-se, também à incidência da DHDA mostrando que a prevalência varia em função do sexo, idade, estatuto socioeconómico, raça/etnia de proveniência dos indivíduos e tipo de amostra utilizada nos estudos.
Para além de serem referidas as principais características da DHDA são também referidas outras características que poderão surgir associadas a esta problemática como problemas cognitivos, pouca persistência e baixa motivação, na realização das tarefas, dificuldade em controlar as suas emoções, entre outras. O documento coloca, também, enfase na possibilidade de um portador de um determinado transtorno tornar-se mais predisposto a desenvolver outro, apresentando algumas relações entre a DHDA e outras perturbações como com a doença bipolar, perturbações do humor e da ansiedade, Deficiência Mental, Síndrome de Tourrette entre outras. Relativamente ao diagnóstico das crianças com DHDA o documento mostra-nos como avaliar e intervir nestes casos referindo que a avaliação deve ser feita por vários especialistas, implicando a utilização de diferentes instrumentos, com diferentes objetivos. Um deles é o DSM-IV - Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais que fornece critérios de diagnóstico para a generalidade das perturbações mentais, incluindo componentes descritivos, de diagnóstico e de tratamento, constituindo um instrumento de trabalho de referência para os profissionais da saúde mental (disponível online).
É, ainda, apresentado um conjunto de materiais nacionais e internacionais como teses, declarações europeias, artigos científicos, atas de conferências sobre a criança com Hiperatividade e Défice de Atenção na família e na escola. No boletim, são, também, apresentados alguns dados estatísticos nacionais e internacionais acerca da DHDA. Não menos importante é o enquadramento legal apresentado referente às crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais não esquecendo que, apesar desta legislação a situação dos alunos com DHDA não está contemplada, pelo que os apoios dependem, na prática, da boa vontade dos Conselhos Executivos das escolas.
O boletim disponibiliza, no final, Websites sobre o tema Seminários/Conferências/Congressos bem como Cursos e Ações de Formação realizados sobre a DHDA.
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Escolhemos este boletim informativo porque o Distúrbio Hiperativo e Défice de Atenção (DHDA) é o transtorno com maior impacto ao nível das salas de aula.
Desta forma, parece importante refletir sobre o que é esta perturbação, quem são as chamadas crianças hiperativas, desmistificar alguns conceitos menos corretos sobre estas crianças e, sobretudo, transmitir algumas noções e conceitos básicos aos pais e professores.
Sabemos que por vezes é difícil distinguir comportamentos indisciplinados de indícios de DHDA, contudo, este documento permite a pais e professores conhecer as principais características e sintomas desta perturbação ajudando na confirmação do seu diagnóstico.
Evidencia, ainda, que a ação pedagógica do professor não pode ser, de fato, definida isoladamente senão em contacto com família, médicos e outros especialistas num trabalho multidisciplinar. Com este boletim pretendemos que se aprimorarem as estratégias positivas, e minimizem as negativas para que se organizem novas estratégias com vistas a melhoria do ensino-aprendizagem dos alunos com DHDA. Características da DHDA, causas, diagnostico, problemas associados e orientações de como lidar com esta perturbação são alguns temas abordados neste boletim.
O diagnóstico desta perturbação exige uma observação médica e uma avaliação precisa quer em termos comportamentais, quer cognitivos, da capacidade de aprendizagem da criança. Assim, este documento ressalta a importância do papel dos pais, dos professores e, eventualmente, de outras pessoas que cuidem das crianças uma vez que são eles que melhor conhecem e sabem descrever o seu comportamento. É por isso que muitas vezes os médicos pedem relatórios escolares de desempenho para completar a informação que é dada pelos pais, ou mesmo o preenchimento de questionários pelos pais e professores.