Title of Product
Bullying e violência na e da escola. Propostas de intervenção para professores
Name of Author(s)
Ana Pedro, Federico Colombo, Sabrina Canale, Stefania Di Domizio,
Ilaria Veronesi e Nicola Iannaccon
Name of Producer
Ana Pedro, Federico Colombo, Sabrina Canale, Stefania Di Domizio,
Ilaria Veronesi e Nicola Iannaccon
Language of the review
Portuguese
Language of the product
Portuguese
Type of product
Online Publication, Paper Publication
Thematic Area
School bullying
Target Group
Headmasters, Teachers, Parents
Description of Contents
O artigo, da responsabilidade de académicos portugueses e italianos, constitui uma reflexão sobre a violência escolar, quer a que ocorre na escola, fruto de pressões externas, culturais, sociais e familiares, quer a decorrente das estruturas de funcionamento e organização da própria comunidade escolar, espelhando-se em todos os que nela vivem e participam.
Não obstante, dado que esta forma de violência a que se referem - a violência institucional- é a menos frequentemente referenciada, os autores consideram, por isso, fundamental intervir ao nível da formação inicial de professores, com o objetivo de melhorar a capacitação destes futuros profissionais permanentemente sujeitos a novos desafios pedagógicos e à inovação educacional.
O bullying caracteriza-se também por ser um fenómeno amplamente presente na maior parte das escolas em países da comunidade europeia, sendo considerado um tipo de comportamento agressivo com características específicas.
Os autores aprofundam também as áreas metodológicas e investigativas, fazendo particular menção ao “Questionário de Olweus”, considerado o instrumento mais frequentemente usado em internacionalmente como instrumento de mensuração dos níveis de bullying. As percentagens de bullying variam consoante os países em função de fatores sociais e ambientais.
A fim de contribuir para a diminuição do bullying há que, por um lado, segundo os autores, definir o bullying em termos operacionais e, também, decidir o modo como se vai intervir e o que se quer ensinar.
Quando identificado com uma dimensão social de opressão e uma dimensão individual de poder, o bullying simboliza o inverso dos valores morais e éticos da sociedade pluralista e democrática contemporânea.
Os autores fazem menção ao Projeto Contra o Bullying, que se baseia numa perspetiva sociopsicológica segundo a qual o bullying pode ser explicado como resultado de um produto social. Não é, por isso, um problema individual dos estudantes, mas, antes, fruto de uma interação social que os envolve. Identificaram 6 comportamentos diferentes de bullying: os agressores, os espectadores, os reforçadores, as vítimas, os defensores e os curiosos. Estes últimos constituem a maioria e o seu comportamento pode ser deveras importante para melhorar o bem-estar das vítimas e dos agressores.
Review
Este é um artigo muito interessante e útil, direcionada para um público-alvo muito específico, os docentes, mas que também, dado o seu conteúdo e forma, nos parece absolutamente indicado para os responsáveis das instituições escolares e os pais e encarregados de educação.
É uma obra bem estruturada concetualmente, bem estruturada e que tem o grande mérito de colocar à disposição dos docentes um conjunto alargado de sugestões para intervir em matéria de violência e bullying em contexto escolar. A abordagem sistémica e integrada como deixam perceber as problemáticas da violência e do bullying, entendendo-as nas suas diferentes dimensões, familiar, pedagógica, social, cultural e institucional, compagina, igualmente, a nosso ver, uma das mais-valias do artigo. Essa perspetiva abrangente permite, simultaneamente, fazer confluir para a intervenção um naipe alargado de respostas e atores que, teoricamente, permitirão melhor atacar e prevenir aqueles problemas.
Abordar a questão da violência da e na escola, bem como o bullying mais não constitui do que uma oportunidade para refletir sobre as suas finalidades e dinâmicas, bem como sobre a sua organização e funcionamento por forma a redefinir o modo, as imposições e as condições de vida dos cidadãos que a integram, bem como o papel que desejam vir a desempenhar na sociedade que os integra, reconhecendo os sujeitos como protagonistas do seu próprio trajeto de desenvolvimento.
Importa, por isso, promover projetos formativos que ajudem os professores e educadores não só a estarem mais sensibilizados para estas questões, como a tornarem-se mais conscientes e interventivos no terreno podendo contribuir, assim, para a alteração qualitativa da sua vida bem como da dos seus alunos. Neste sentido, os professores, enquanto agentes intelectuais de mudança, não se reveriam mais em atitudes de persistente resistência à inovação, nem se recolheriam permanentemente na esfera securizante dos métodos tradicionalmente conhecidos, nem no papel de vítima ou das certezas inabaláveis, o qual estaria definitivamente desprovido de sentido, dando lugar à criação da mudança e à abertura para a inovação pedagógica, organizacional e social.